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O vagalume e a cigarra

TEXTO Nº 15.
 O cheque cruzado é o cheque em que são lançadas duas linhas paralelas em diagonal. Este cheque só pode ser pago a estabelecimento bancário. Então, ninguém poderá recebê-lo diretamente no Caixa. Para recebê-lo, deve depositá-lo numa outra instituição financeira. Esta receberá seu valor e o creditará na conta do depositante.
Se entre as duas linhas diagonais, houver o nome de um banco ou instituição financeira, ou seu característico (número da instituição financeira), somente esta instituição poderá recebê-lo.
O cruzamento de que constam apenas as duas linhas, é denominado em branco; se dele constar o número ou nome da instituição financeira, o cruzamento é denominado completo ou em preto.
O cruzamento de um cheque não pode ser cancelado. Pode ser transferido de uma instituição financeira para outra, mediante anotação no verso do titulo, pela instituição portadora do título, de “Autorizamos o depósito deste cheque no Banco....”.
TEXTO Nº 16.
O vaga-lume produz a mais perfeita forma de iluminação: a luz sem calor. De fato o pequeno inseto é mais frio do que o ar de uma noite de verão. Nas Antilhas, os indígenas prendem vaga-lumes entre os dedos dos pés para iluminarem o seu caminho na selva. Algumas tribos usam também estes insetos como enfeites para os cabelos das moças. No Japão, durante a festa dos vaga-lumes, as pessoas levam em barcos caixas cheias deles, que são liberados para desafiar as estrelas.
Um camaleão de 15 cm pode, sem sair do lugar, capturar uma mosca situada 25 cm adiante, por meio da língua, que é mais comprida do que seu corpo. Além disso, a língua do camaleão, cuja ponta segrega uma substância pegajosa, é arremessada sobre a presa com uma velocidade espantosa, sem dar chance ao inseto.
TEXTO Nº 17.
Descoberto e colonizado por portugueses, é natural que o elemento branco que entrou na constituição de nosso povo tenha provindo de Portugal e de suas ilhas atlânticas.
No Brasil, os portugueses, presentes em todos os estratos da sociedade colonial, desempenhavam atividades as mais diversas. Exerceram pequenos ofícios, praticaram o comércio e a mascateagem (comércio ambulante), dedicaram-se à agricultura e à industria, dominaram o serviço público civil e militar.
Os brancos mais abastados estabeleciam-se no campo e integravam a aristocracia rural. Eram os empresários agro-industriais de açúcar, então denominados simplesmente senhores de engenho.
Nas cidades, concentravam-se a maioria, que aspirava à vida aristocrática rural, ideal da época.
Propensa à miscigenação, cruzaram-se os brancos com os índios e os negros, assim contribuindo efetivamente para a formação do povo brasileiro.
TEXTO Nº 18.
A palavra hindu para o zero era SUNYA, que significava vazio ou em branco.
Quando os árabes adotaram a numeração hindu, traduziram SUNYA para SIFR que, em árabe, significa vazio. Por ocasião da introdução da numeração hindu-árabe na Itália, no século XIII, a palavra SIFR se latinizou transformando-se em ZEPHIRUM e com sucessivas modificações deu a palavra italiana zero.
Aproximadamente, na mesma época, o mesmo sistema de numeração foi introduzido na Alemanha e a palavra SIFR foi modificada para CIFRA.
A atitude do povo contra este novo sistema de numeração se refletia no fato de que pouco depois de sua introdução na Europa, a palavra cifra era usada como sinal secreto, significado este que desapareceu nos séculos seguintes. Entretanto, a palavra DECIFRAR é uma reminiscência daqueles primeiros tempos.
TEXTO Nº 19.
Galileo Galilei foi um grande físico e astrônomo italiano que nasceu em 1564 na cidade de Pisa.
Além de importantes descobertas que fez no campo da Astronomia e da Mecânica, deve-se a ele a invenção do telescópio que embora fosse ainda muito rudimentar serviu-lhe bastante nas permanentes observações que fez do Universo.
Por ter afirmado que a Terra girava em torno do Sol, foi considerado herege e para não morrer queimado foi obrigado a negar sua descoberta diante dos tribunais da inquisição.
Na prisão, manteve correspondência com vários amigos e discípulos, sempre demonstrando e reafirmando as verdades que havia descoberto.
TEXTO Nº 20.
 Pouco se conhece da música brasileira dos primeiros séculos, a não ser algumas melodias indígenas, referências de cronistas a rituais da música dos nativos e algumas anotações de curiosos, como Pero Vaz de Caminha. Somente a partir do século XVIII é que começam a surgir documentos mais precisos sobre a formação da música popular brasileira. E esses documentos comprovam que apenas os elementos portugueses e africanos contribuíram para a formação da nossa música nos primeiros séculos. A influência indígena ficou restrita simplesmente à cristalização de algumas formas folclóricas do país. As primeiras manifestações legítimas de elementos musicais não nativos foram o lundo, de origem africana, e a modinha, aparentemente de origem portuguesa. O lundo era basicamente uma dança de ritmo marcante e meneios acentuados dos quadris e umbigadas. É antecessor do maxixe (que surgiu por volta de 1880) e do samba (que apareceu lá por 1920). Já a modinha é uma canção amorosa e sentimental, surgida na segunda metade do século XVIII e bastante divulgada tanto em Portugal como no Brasil. Na sua fase mais popular, foi bastante difundida na Bahia e no Rio de Janeiro.
TEXTO Nº 21.
 Na Amazônia, a paisagem predominante é constituída das florestas e dos rios.
Na região Nordeste, na porção oriental e entre as escarpas de Borborema e as águas atlânticas, está a zona da mata que é uma área agrícola (área canavieira) com um panorama muito agradável por suas paisagens naturais esverdeadas. Localizadas perto do mar, há grande abundância de chuvas, altamente importantes para o desenvolvimento da cultura canavieira e sua industrialização. Em contraste encontramos o sertão, no interior nordestino, com ausência quase total de chuvas apresentando uma paisagem de poucas árvores raquíticas e vegetais espinhosos.
No sudeste, caracterizado por relevo bem variado, estão as mais belas paisagens do país. Picos, colinas, morros arredondados (Pão de Açúcar), matas verdejantes (na serra da Mantiqueira, serra do Mar), rios, praias.
TEXTO Nº 22.
Pesquisas demonstram que o homem médio passa setenta por cento do seu tempo comunicando-se verbalmente: ouvindo, falando, lendo, escrevendo. O trabalho burocrático é todo ele baseado na comunicação, que representa fator importante no aumento da produtividade. Fora do ambiente de trabalho, ocorre o mesmo. A maioria dedica o momento de folga à conversa com parentes e amigos ou à leitura. Ou a ouvir rádio, assistir à televisão, cinema, teatro ou concertos.
Os bares e restaurantes estão constantemente cheios de pessoas, que sempre descobrem um motivo para se reunirem. Nas quadras de esporte, os jogadores são apresentados à assistência e aplaudidos demoradamente. Durante o jogo, a assistência aplaude, gesticula, grita e ameaça. Há inclusive, os que levam imensas bandeiras de seus clubes. Segundo os entendidos, a gritaria caracteriza uma linguagem pré-simbólica.
TEXTO Nº 23.
Distinguem-se três reinos na natureza: o mineral, o vegetal e o animal.
Ao reino mineral pertencem os seres sem vida.
Ao reino vegetal pertencem os seres com vida, ainda que imperfeita: nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Mas não possuem movimento, vida de relação ou sensibilidade.
Ao reino animal pertencem os seres que têm vida vegetativa, movimentos ativos, sentidos, instintos, às vezes admiravelmente desenvolvidos e perfeitos. Neste reino, incluem-se os animais irracionais e, acima deles, o homem.
Criado à imagem de Deus, o homem possui inteligência para pensar, elaborar idéias, perquirir e perseguir a verdade, possui vontade para dirigir-se a si próprio e possui liberdade para assumir responsabilidade, decidir fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
O homem é, portanto, o ser mais importante que Deus criou.
TEXTO Nº 24.
Pela mesma depreensível razão de na se dizer entardeceu a tarde, anoiteceu a noite, etc., é que, também, não se deve dizer amanheceu o dia. Não obstante, quase todas as rádios, logo pela manhã, anunciam que o dia amanheceu chuvoso (ou frio etc.). Achamos bastante dizer: amanheceu chuvoso (nublado, quente, etc.).
Já observou como quase toda gente grafa vaga-lume, erradamente? Embora o faça sem o hífen, pode-se, em Machado de Assis, acabar, de vez, a dúvida: - “Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela claridade imortal que toda luz resume! Por que não nasci em um simples vaga-lume?”
Assim como não se pede uma xícara com café; um litro com leite; uma colher com mel; etc., não se deve, também, pedir um copo com água. Dê-me um copo (de água) d’água, por favor; um litro de leite, uma colher de mel, etc., são formas certas. Lembre-se de que, copo, xícara, colher - como, obviamente, o litro – etc., funcionam como medida, a medida do que se quer (uma quantidade igual a do conteúdo de um copo, de uma xícara etc.).
TEXTO Nº 25.
A propriedade que tem os corpos transparentes de desviarem a luz que os atravessa, é usada na fabricação de lentes, que são meios transparentes limitados por duas superfícies curvas ou por uma curva e outra plana.
As lentes podem ser convergentes (ou convexas), e divergentes (ou côncavas).
No nosso olho existe uma lente convergente chamada cristalino, que determina a convergência dos raios luminosos de modo a formar uma imagem na retina, cabendo ao cérebro a tarefa de torná-la direita.
As pessoas com miopia devem usar uma lente divergente antes do cristalino e as com hipermetropia, uma lenteconvergente.
TEXTO Nº 26.
DUPLICATA
 Nas vendas mercantis o prazo (não inferior a 30 dias) entre partes domiciliadas no território brasileiro, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
A fatura é a relação discriminada das mercadorias vendidas, podendo indicar apenas os números e valores das notas parciais de venda. No ato de sua emissão, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar operações dessa natureza.
A lei permite a emissão de várias duplicatas para uma só fatura, quando o pagamento desta deva ser feito parceladamente, em prazos diferentes. O inverso, no entanto, não ocorre, já que uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.
TEXTO Nº 27.
 Contraindo-se 70 vezes por minuto, o coração bombeia a cada vez, 70 centímetros cúbicos de sangue por todo o corpo, o que perfaz quase 5 litros por minuto. Quer dizer, o coração realiza dentro de 24 horas um trabalho equivalente ao de uma bomba que levanta 7.000 litros de água a 2 metros de altura, supondo-se uma compressão de 2 metros.
Os pulmões fornecem em cada minuto, seis litros de bióxido de carbono gasoso. Ou seja, os homens de uma cidade de 20.000 habitantes poderiam com isto, encher em um minuto o maior Zeppelin construído na Alemanha.
A velocidade com que os nervos transmitem uma sensação dolorosa desde as pontas dos dedos até o cérebro é de 30 até 80 metros de segundo. Os nervos, portanto, agem numa velocidade de até 250 km por hora.
TEXTO Nº 28.
Foi a necessidade de braços para a lavoura canavieira que determinou a introdução do elemento negro no Brasil.
 Não se pode precisar facilmente a ano em que vieram os primeiros negros. Pode-se, entretanto, dizer com exatidão que data de 1538 a entrada no Brasil do primeiro carregamento regular.
Os negros introduzidos no Brasil como escravos pertenciam, em sua maioria, aos grupos banto e sudanês.
Aqui chegados, não se dedicavam apenas aos trabalhos agrícolas. Eram também utilizados na extração de minérios e nos serviços domésticos.
Os primeiros mercados de escravos estavam localizados na Bahia, no Rio de Janeiro, no Recife e em São Luís. Daí a grande concentração de negros nos núcleos agrícolas do Recôncavo Baiano, do Rio de Janeiro, do Extremo Nordeste e do Maranhão.
Dos citados centros, eram os negros enviados para as áreas de mineração em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
TEXTO Nº 29.
 Os sinais de adição e subtração nem sempre tiveram a forma atual. Na papiro Rhind eles aparecem representados por duas pernas de uma pessoa que se dirige em direção da escrita (sinal mais) ou em sentido oposto (sinal menos).
Até o século XVII não existiam símbolos próprios para essas operações. Elas eram representadas por palavras latinas, escritas por extenso. Assim, o sinal de adição era “plus” e o de subtração “minus”, vocábulos que significam, respectivamente: “mais” e “menos”, substituídos posteriormente pelas suas iniciais “p” e “m”.
Os sinais de + (mais) e – (menos), conforme usamos modernamente, apareceram impressos pela primeira vez em 1489, na Aritmética Comercial de Johann Widmann d’Eger publicada em Leipzig.
TEXTO Nº 30.
 A pessoa que vai sofrer uma operação, é o sujeito da voz passiva; o operador, o da ativa. É esse fato, bastante fácil de se entender, que faz ser errada – e mesmo inusitada – a forma: Paula vai se operar; Carlos se operou etc. pelo exposto, o correto é: Paula vai ser operada; Carlos foi operado etc. (subentende-se pelo médico).
Muitos atribuem culpa ao médico pela perda de um amigo ou parente, na mesa de operações. Quantos edifícios têm ruído... Quantos aviões caem por culpa da engenharia... Quantos inocentes têm ido para o ambiente sombrio e entediante de uma prisão, pela falha da defesa... Quantos alunos são reprovados por culpa de um mau professor... São fatos – todos – decorrentes de falhas involuntárias do homem. São as chamadas falhas humanas. E eles, os médicos, são humanos, também.
TEXTO Nº 31.
 No mês de dezembro de 1930, Jorge Amado, então um rapaz de 19 anos, concluía o manuscrito original de seu primeiro romance, o País do Carnaval. Nesses anos todo de vida literária, ele se tornou o escritor brasileiro mais lido do país e o mais traduzido no mundo todo (são mais trezentas traduções, em 39 línguas).
Ao longo dos seus trinta livros – romances, contos, biografias, viagens, teatro, uma história para crianças – uma constante se apresenta: uma preocupação permanente pela sorte do povo sofrido da sua Bahia natal, preocupação que o faz auto-retratar-se como “romancista de prostitutas e vagabundos”. Convencido de que jamais foi incoerente em suas posições ideológicas (que incluíram desde uma ativa militância no Partido Comunista, pelo qual chegou a se eleger deputado federal em 1945, pelo Estado de São Paulo, a uma vigorosa defesa dos artistas baianos atingidos pelas chamadas patrulhas ideológicas), Jorge Amado tem, como disse no seu discurso na Academia Brasileira de Letras (1961), “a alegria de ter conservado jovem o coração, por não ter rompido jamais a unidade entre minha vida e minha obra”.
TEXTO Nº 32.
 Com a morte de Jonh Lennon, assassinado em Nova York, desapareceu um dos poucos gênios que viviam no mundo de hoje. Lennon morreu aos 40 anos de idade, portanto com muito tempo ainda aberto a sua frente, mas o pouco que viveu foi suficiente para deixar um dos mais extraordinários legados que a cultura popular moderna recebeu. Não há notícia de que outro compositor, ou outro conjunto musical, tenha sido mais universal que Lennon e os Beatles, ou que tenha encantado tanta gente, durante tanto tempo, em tantos lugares, ou, ainda, que tenha influenciado de maneira tão completa a época em que viveu. Dez anos – não um ou dois, mas dez – depois de os Beatles terem-se dissolvido m 1970, para jamais cantar ou gravar juntos de novo, suas canções, seus discos e sua imagem continuam tão atuais e presentes como se o conjunto continuasse intacto. Sem existir mais, os Beatles permaneceram tão vivos como sempre – pois se tornou impossível cansar-se deles, e mais ainda esquecê-los.

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